sábado, 19 de janeiro de 2013

Porque só nós sabemos dar um beijo na alma


Para se ler ouvindo Um Abraçaço.




Eu leio TODOS os seus escritos. E isso me faz estar mais juntinho de você.

Imagino cenas com tudo que você escreve. Imagino, um dia, você em uma dessas livrarias, com música-instrumental-ambiente-à-novela-do-Manoel-Carlos, essas que sempre tem Helenas e o Lugar mais novo na descoberta do autor é o Leblon. Não o Leblon da Adriana Calcanhotto, cujo o inverno é quase glacial. Mas um Leblon do "Você-viu-só-que-amor- nunca-vi-coisa-assim...". Imagino você numas dessas livrarias cult-bacaninhas, em um lançamento dos seus livros de contos, de quase-vidas. A cena perece um tanto descolada de tudo que você é. Eu sei. Mas é só uma construção da minha cabeça que  não muda: sempre voando. Mas, no seu caso, acho que o melhor lançamento seria em uma livraria onde um barzinho fosse o vizinho. Onde diversas pessoas fora-da-roda estivessem juntas a falar e se embriagar (Porquê não também de poesia?).

Estou escrevendo isso porque sinto saudades dessa sua imagem de menina magrinha, que de tão delicada, parece que vai quebrar. Mas que engana  a gente. Que se mostra um estivador quando abre a boca e quando dá voz à cabeça e às mãos. É fato que somos um tanto diferentes. Você é mais Moska-Arnaldo-Chico. E eu, um talvez-Gal-ou-quiçá-Caetano... Mas, de resto, de todo o resto, que é total, somos UM. E devo reconhecer que muito que eu sou, em palavras, e em (des)entendimento das coisas, devo à você.



Tenho saudade daquelas conversas que só nós sabemos onde ela não vão parar. Tenho saudade porque gosto dessas suas qualidades estranhas, de achar que existe um período do ano, todo ano, em que as pessoas vão até você, para contar algum segredo. De ter uma quase-vergonha de receber dinheiro para estudar e trabalhar (achando que nunca está estudando o que deveria). E porque só nós sabemos dar um beijo na alma!

Te escrevo como um beijo na alma, como um abraço: um abraçaço.

Lendo o que você escreve eu lembro que você ainda tem um quinhão em mim. Porque sempre terá. Porque nós somos para nós dois assim: Ir-rediáveis.

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