segunda-feira, 8 de maio de 2017

Poema


Quando o pensamento escorre por entre os dentes.
Quando o ar percorre a garganta e desemboca boca à fora,
faz um som forte
(como as ondas que batem na arrebentação) 

: Não adianta conter.
Quebra-mar,
o que seja...
A onda vem
e desaba num deságue incontrolável,
atroz, feroz, densa, violenta...
Isso é o que a boca faz,
quando intensa traz
à tona
O bolo da alma que
antes, coma
agora grito, afronta.
Derruba muros, alaga ruas, devasta cidades:

É a sutil força fraca de um poema.

[Th Ortiz 29.10.16 ]