quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

ímã

Já tinha presenciado, estupefato, a aparição daquele homem. Uma Coisa de encontros, desses que a vida - esta e as outras - é capaz de proporcionar.
Ou não.
Muito menos do que sta possibilidade. Talvez, ou muito provavelmente, uma fotografia. Não importa. Nada disso.  ocorre é que Ele o viu. Uma aparição dessas que só ocorrem no dia do juízo final (quem nunca?). Aquele homem lhe parecia tão familiar, ao mesmo tempo estranho (mais pela potência, do que outra coisa...). Era algo que só quem é ímã consegue explicar. Aquele corpo desnudo (quase) surge, em sua bermuda de um amarelo canário. No meio de um dia morto, coberto pelo odor do álcool da madrugada anterior, somadas às doses de preguiça, culpa e outros pequenos delitos cotidianos...
E assim, a vida, mesmo quando se nos apresenta uma merda, pode nos oferecer, por quase um segundo,  um feixe de luz............................................................................................................

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Aquele homem preto era tudo o que eu sabia ser beleza

O homem bruto, no meio da calçada,
Abre os braços para o céu
e deixa a chuva grossa escorrer em gotas largas
em sua pele espessa.

Seu sorriso é solto como o quadril do baiano-Benin.
A chuva que tanto se espera,
se inicia a encher o reservatório de graça, frescor e felicidade.

Aquele homem preto era tudo o que  eu sabia ser beleza.
A chuva e a Bahia eram duas coisas desejadas por mim.