segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

RISO QUADRÁTICO

*Para se ler ouvindo Malemolência, da Céu.



















Seu riso plano, sua boca aberta em  riso largo, grande.

O riso quadrático inverte a ordem do comum.
E ao invés de estar dentro, fora se faz 
TODO
emoldurando o quadrado duro da fotografia lisa.


Riso-fotográfico.
Riso-relevo.
Topogáfico.


A fotografia não é nada sem esse riso-tudo. Todo.Todo esse riso: Sorriso. Só-riso.

A boca. O rosto da boca e não o contrário. Aquela boca tem um rosto. Aquela boca tem olhos grandes,áqueo-tremeluzentes.

Boca, por ora, sem voz. Mas que se diz em imagem. Aquela boca se diz sem a voz.

Os meus olhos tolos, olhos de bobo esperam. Esperam pela aparição da imagem-boca no (quase)quadrado plano iluminado da tela-apática.

Boca-telepática.

Os meus olhos tolos, olhos de bobo esperam como uma epifania o nome da boca diante dos olhos.

Enquanto os olhos de bobo esperam,
Aos ouvidos, a voz escorrega vagarosa.

Céu. Boca. O céu da boca. A boca do céu.

O azul do olho-Céu.

O corpo, antes duro, doído-doendo e doendo-se em dor de doer 
des-dói-se doendo

E macio sente  o gosto perigoso
e bom do primeiro passo:
do primeiro passo depois de.

Do primeiro passo depois que descobriu que.

O corpo todo cai na dança
Na roda da malemolência.


***