terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Eu escolhi não me estancar mais


Sinto.

A vida é muito imensa e, ao mesmo tempo, muito fina, frágil. Se não cuidar, ela arrebenta...
eu escolhi não me estancar mais.

Desisti de interromper o fluxo de rio que eu sou. Por isso, não prendo minhas palavras mais. Tampouco os meus quereres. Sentimentos represados dão indigestão. E o querer não realizado vira fel na boca. É de sabor amargo. Eu prefiro doer aos berros e fazer sangrar do que  mastigar todos os meus não-feitos...

é por isso que eu choro toda hora! Porque eu sei que preciso colocar pra fora todo esse maremoto que eu tenho e sou. Eu sou uma catástrofe natural. Meu peito é mina d’água, salobra, que não cessa. Tromba d’água que arrasta tudo.

 Violenta.             

Meu coração é selvagem.
Sou metade bicho, metade natureza.

Sou todo eu.

Quando eu encontro comigo, além de mim.



Acabei por descobrir que eu, dentro desse sistema fluido, orgânico, corporal, não me basto mais. Minha presença física não tem o mesmo ´peso dos meus pensamentos e muito menos preenche meu corpo filosófico. Eu descobri que preciso ser mais que um corpo, somente. Eu sou todo-corpo, e essa corporeidade me mantém no mundo, mas não me prolonga. Descobri que preciso pagar as dívidas com o supra-corporal, com o extra-sensível. É preciso tocar fundo no orifício intangível da vida que se tem, mas não se leva...