Sinto.
A vida é muito imensa e, ao mesmo tempo, muito
fina, frágil. Se não cuidar, ela arrebenta...
eu escolhi não me estancar mais.
Desisti de interromper o fluxo de rio que eu sou. Por
isso, não prendo minhas palavras mais. Tampouco os meus quereres. Sentimentos
represados dão indigestão. E o querer não realizado vira fel na boca. É de
sabor amargo. Eu prefiro doer aos berros e fazer sangrar do que mastigar todos os meus não-feitos...
é por isso que eu choro toda hora! Porque eu sei
que preciso colocar pra fora todo esse maremoto que eu tenho e sou. Eu sou uma
catástrofe natural. Meu peito é mina d’água, salobra, que não cessa. Tromba
d’água que arrasta tudo.
Violenta.
Meu coração
é selvagem.
Sou metade bicho, metade natureza.
Sou todo eu.