quinta-feira, 2 de abril de 2009

divagações...divagações...


O relógio me prende a um estado contínuo de estar. Mas é que sou e ponto. E ponto? Não. Além de ser, estou. Sim! Estou sendo. E estar sendo é muita coisa. Isto é bom. Mantém vivo, tudo. Em absoluto. O dom de existir dado pelas dores e pelas não-dores do sentir revigora o corpo [gasto pelo mesmo tempo] que luta consigo mesmo na busca da auto-afirmação de ser o que é e o que se é e: corpo vivo.
Então, se sou corpo vivo, devo ter por necessidade - se não tenho, necessito necessitar - sentir a dor que é a condição de estar vivo. Sentir o todo no tudo de mim: o mundo.O enfrentamento volátil entre o eu - mundo e o outro - mundo para que eu não seja capaz somente de ver-me. Mas ver o outro, causar-lhe afetações e sentir-me. Para ser livre. Mas, o que significa? Quanto a Liberdade, não sei e por isso penso. Tento. Descubro que pensar é difícil porque te exige [antes mesmo de pensar] o pensar em pensar. Ou seja, antes de pensar a coisa, pensar em pensar a coisa. Talvez isto justifique a ausência de prática do pensamento no mundo, transferindo as energias para o falar. Fala-se muito e não se pensa com o mesmo peso. A idéia que antes transitava, agora se mantém inerte em seu estado de Ser-para-sempre. E o Homem apodrece antes mesmo de germinar. Mas tudo isso porque ele é livre, porque pensa, ou melhor, acha que pensa que sabe o que é Liberdade. Prefiro não saber até depois de morto - não só de corpo -. Deixa a vida mais instigante e mais humanamente crua. Sem “ismos”, rótulos e enquadramentos. Disforme.

Como eu.
[080908]

Um comentário:

  1. Ô Ortiz!
    Tu acha bonito ficar me descrevendo assim tão cruamente é? ¬¬'
    .
    .
    .
    =P

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